A
natureza e a razão de ser igreja
Texto-base:
Atos 6.1-7
Texto áureo: Atos 8.4 “Mas os que andavam
dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra."
Introdução (At 4. 32-37):
O motivo da vinda de Cristo ao mundo foi o amor de Deus.
Ele veio dar-se a si mesmo para salvar a todos aquele que crer (Jo 3.16). A
igreja é a criação de Cristo, portanto, divina, por isso, dizemos igreja
cristã. Cristo veio servir e dar sua vida em favor de muitos (Mt 20.28), logo,
a razão de ser igreja é servir e dar-se para a salvação de todos os homens. O
corpo não pode ter natureza diferente da cabeça. Hoje, sabemos que a cabeça é o
centro da vida, tanto assim que há morte cerebral, os órgãos do corpo do corpo
apenas trabalham mecanicamente por algum tempo numa vida vegetativa. Quando o
corpo, que é a igreja, está em desarmonia com a cabeça, que é Cristo (Cl1.18),
ele sofre de deficiência espiritual, doença grave, degenerativa, que deforma e
pode leva-la à morte. Aquela primeira igreja de Jerusalém é o modelo a ser
seguido: era unida, os membros amavam-se a ponto de dar-se uns aos outros, não
havia ciúmes, chegavam a vender seus bens como terras e casas e traziam os
valores aos apóstolos para que distribuíssem aos necessitados. Havia poder na
pregação e no testemunho da ressurreição do senhor e em todos os crentes havia
a abundante graça divina (At 4. 32-35).
A EXPRESSÃO DA VINCULAÇÃO DO SER HUMANO E DEUS
(At 5.11-16)
A igreja é formada por pessoas salvas
por Cristo, mas não perdem a sua “contingência humana” (é algo que o ser humano
planeja que pode vir a acontecer, mas que não pode ser controlada, ou algo transitório),
daí ser imprescindível que haja uma profunda vinculação (Ligar intimamente) com Deus e vigilância
permanente (Mt 26.41). Com as mortes de Ananias e Safira não se abriu nenhuma
polêmica, ninguém questionou se era necessário tanto rigor de Pedro; ambos
mentiram ao Espírito Santo, seus corações estavam totalmente fora dos do que
havia nos corações dos demais. Eles não compreenderam que o que estava no meio
da igreja era um sentimento de amor e misericórdia, não se vincularam intimamente
com Deus, e tentaram unir o sentimento de mentira com o santo. Houve um temor
pelo acontecido, Uma reverência à Palavra de Deus. Tem faltado esse sentimento
em nossos dias (temor e revência). Com Deus não se brinca; ou somos ou não
somos comprometidos com ele na sua obra e convocação. A vinculação dos membros
da igreja deve começar com a liderança. Os apóstolos estavam tão ligados com
Deus que havia sinais e prodígios feitos entre o povo, e a igreja crescia em
grande número. Não se buscava apenas curas para as enfermidades. Havia o maior
milagre que pode ocorrer na vida do ser humano, a conversão a Cristo, porque a
igreja era totalmente comprometida com Deus.
A EXPRESSÃO
DA SUBMISSÃO AO SER SUPREMO (At 11.1-18)
O apóstolo Pedro foi um rude pescador que se converteu, mas
continuou polêmico. Era o típico líder agressivo, voluntarioso, com altos e
baixos na conduta. Quis andar sobre as águas para chegar onde Jesus estava,
vacilou na fé e começou a afundar; fez sublime declaração: “Tu és o Cristo” e,
em seguida, teve a atitude abusada de repreender Jesus; na prisão de Jesus, foi
valente, sacou uma espada, decepando a orelha do servo do sumo sacerdote, mas
naquela noite negou Cristo por três vezes. Era um valente, desses judeus
restritos que nem falava com os gentios. Mas, depois de negar que era discípulo
do Senhor e ver aquela mirada de Jesus, chorou amargamente (Mt 26.75). A partir
daí sua vida começou a mudar. No dia de Pentecostes não vacilou em acusar os
matadores de Cristo (At 3.13-15), tornando-se um grande apóstolo. Em Jope, teve
a visão para comer coisas que, para o judeu, eram imundas e recebe o chamado de
Cornélio (At 10). Vai até a casa do centurião, prega o evangelho, este e muitos
outros se convertem. Eram gentios, por esse motivo, ao voltar para Jerusalém,
teve que dar explicações do acontecido. Mas, Pedro não é o velho Pedro. Não se
exaltou, não fez polêmica. Simplesmente, contou os fatos acontecidos. Pedro,
agora, é servo submisso (At 11. 1-17). E a igreja toda era a expressão da
submissão ao Senhor Jesus, como diz o texto At 11.18. Pedro foi um dos
principais apóstolos de Cristo na igreja primitiva. Não era infalível como (Gl
2.14), mas era submisso ao Senhor Jesus.
Na igreja, há sempre dois tipos de
problemas: os surgidos e os criados. Os problemas crias aparecem pela
incompreensão, desobediência e pecados ocultos dos membros, como no caso de Ananias
e Safira. Os sugeridos acontecem em face do crescimento, o espaço torna-se
pequeno, falta de líderes, principalmente, capacitados para ensinar, falta de
pessoas disponíveis para visitações ou socorrer aos necessitados. Foi o que
aconteceu em Jerusalém. As viúvas gregas estavam passando necessidades. Os
crentes hebreus não se preocupavam com elas. Começou a haver murmurações na
igreja, chegando aos ouvidos dos apóstolos. Houve, então, a primeira assembleia
administrativa da igreja. O chamado dos apóstolos era para que a igreja não
descuidasse de servir às mesas, isto é, o ministério cotidiano. Era o primeiro
escolher entre eles sete varões de boa reputação, de bom testemunho, cheios do Espírito
Santo e de boa conduta, discretos e com aptidão para o serviço.
A EXPRESSÃO
DA PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO (At 8.1-8)
A igreja foi duramente perseguida, e
depois do martírio de Estevão, os cristãos saíram de Jerusalém em grande
número, espalhando-se para outras regiões e, por onde iam, levavam a mensagem
do evangelho, chamando a atenção pela sua forma de vida.
Apesar das perseguições, os discípulos
não deixavam de pregar o evangelho. Desta forma, Filipe foi a Samaria e pregou aos
samaritanos, sendo que as multidões atendiam, ouvindo a mensagem e vendo os
sinais operados. Posteriormente, Filipe foi ao deserto de Gaza, evangelizando e
batizando o eunuco. O apóstolo Pedro foi a Jope e dali a Cesaréia, onde estava
o centurião Cornélio e mandou que todos fossem batizados, ele e os que estavam
em sua casa (At 10.47,48). Diz –nos textos que Saulo assolava a igreja,
entrando nas casas e arrastava as pessoas, levando-as para a prisão. Pode nos
parecer paradoxal, mas o ódio de Saulo já o fazia um agente da propagação do
evangelho, porque para onde fosse a igreja perseguida, ela era a expressão da
disseminação do evangelho pelo mundo conhecido então.
A razão de ser igreja tem como
prioridade o Senhor Jesus. Os demais ministérios da igreja devem ser consequência
lógica dessa prioridade, por isso, os crentes têm que estar, profundamente
vinculados e submissos a Deus. A razão de ser do nosso culto é o Senhor Jesus;
os serviços que prestamos àqueles que necessitam, a começar pelos domésticos da
fé, devem ser a expressão de ofertas agradáveis ao senhor, dando-nos
primeiramente a ele (2 Co 8.1-5). A pregação do evangelho, a começar em casa e
até o fim do mundo, é a maior expressão e característica da igreja de Cristo.